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Comunicado de Imprensa - Medicamentos biossimilares

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Comunicado de Imprensa - Medicamentos biossimilares

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30 jun 2016

Biossimilares tratam com a mesma eficácia e segurança e reduzem despesa entre 50% e 80%

Atualmente já estão disponíveis em Portugal cerca de duas dezenas de medicamentos biossimilares, relativos a sete substâncias ativas diferentes, em áreas como a medicina da reprodução, doenças reumáticas e do sangue.

Estes medicamentos são uma alternativa aos biológicos de referência, tendo demonstrado a mesma eficácia, segurança e qualidade. Uma das mais-valias da sua prescrição é o facto de serem mais custo-efetivos, ou seja, permitirem uma redução da despesa entre 50% e 70%, segundo estudos recentes.

Em Portugal, por exemplo, o filgrastim, um biossimilar utilizado no tratamento da neutropenia (baixa de glóbulos brancos) tem já uma quota de mercado de 100%. O aumento da sua utilização permitiu reduzir a despesa em 77%, de 7,5 milhões de euros para menos de dois milhões de euros.

Um estudo recente revela que há um elevado potencial de poupança com a introdução destes medicamentos, não só porque têm um preço mais reduzido ¿ em Portugal têm de custar no mínimo menos 20% do que o original - mas porque também introduzem concorrência e ajustes no mercado.

Se Portugal é já um dos países com maiores quotas de mercado em algumas áreas, há ainda um potencial substancial de poupança que pode ser alcançado noutras áreas, sem que se ponha em causa a qualidade do tratamento e, ao mesmo tempo, traduzindo as poupanças obtidas em investimento em inovação e num maior acesso ao tratamento dos doentes.

A Noruega e a Dinamarca são dois bons exemplos na utilização destes medicamentos, destinados na sua maioria a doenças reumáticas e do foro oncológico. Foram estes casos de sucesso que hoje foram apresentados na conferência sobre biossimilares que hoje decorreu no Infarmed.

Dorthe Bartels, responsável da The Regions Pharmaceutical Organization (AMGROS), e que efetua compras centralizadas para todo o país, exemplificou que com esta aquisição e elaboração de regras de utilização foi possível reduzir em 68% o preço da hormona de crescimento em apenas cinco anos. No filgrastim e também no infliximab - usado para doenças como a artrite reumatoide - a quebra foi de 60%. No etanercept, também para estas doenças, foi possível passar de uma quota de 22% para uma de 95% em três meses.

Na Noruega, um país que decidiu que haveria apenas um medicamento comprado de forma centralizada para todos os hospitais, os concursos têm sido geradores de grandes ganhos para o sistema. Steinar Madsen, diretor médico na Agência Norueguesa do Medicamento, que designa os biossimilares por "biogenéricos", avançou exemplos de tratamentos anuais como o do infliximab, usado para doenças como a artrite reumatoide. O custo por doente obtido em concurso baixou 69%, e o do filgrastim, já referido, superou 80%.

Para que estas metas sejam atingidas é necessário envolver os profissionais de saúde neste processo, tendo sido emitida recentemente uma orientação para a prescrição destas tecnologias no SNS.

Steinar Madsen deu exemplos de medidas tomadas em torno da adoção dos biossimilares: desde logo incentivos que permitem a troca entre os medicamentos biológicos e os biossimilares, estimulando a concorrência e as compras centralizadas.

Ana Hidalgo-Simon, da Agência Europeia do Medicamento, destacou os "10 anos de uso de biossimilares de forma segura e eficaz" e frisou que a experiência adquirida permite cada vez mais garantir que o perfil de segurança e de eficácia é semelhante entre o medicamento de referências e os seus biossimilares. Nos próximos anos, espera-se a chegada de mais biossimilares, que contribuirão para um maior acesso dos doentes a estes medicamentos, gerando poupanças que poderão ser revertidas no acesso a mais medicamentos inovadores.


Assessoria de Imprensa do Infarmed, I.P.
Infarmed, 30 de junho de 2016
imprensa@infarmed.pt
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