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BIA-ALCL (Linfoma Anaplásico de Células Grandes associado ao implante mamário) - Informação para os consumidores

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O que é o BIA-ALCL? | Qual é o risco de poder vir a ter BIA-ALCL? | O implante mamário deve ser removido por precaução? | Como é diagnosticado o BIA-ALCL? | As pessoas com implantes mamários devem fazer rastreio de BIA-ALCL? | Algumas pessoas têm maior risco de BIA-ALCL do que outras? | Qual é o prognóstico e o tratamento do BIA-ALCL? | Porque não foram completamente proibidos os implantes mamários de uma forma geral? | Porque foram proibidos alguns implantes mamários em França e na Austrália?
 

O que é o BIA-ALCL? 
O BIA-ALCL (Linfoma Anaplásico de Células Grandes associado ao implante mamário) é um linfoma raro, que se manifesta na mama e está associado aos implantes mamários. 
A primeira apresentação da doença pode ser um edema ou inchaço da mama, que pode ocorrer entre 1 a 37 anos após a operação, devido à acumulação de líquidos em torno do implante. 
Menos comum, o BIA-ALCL pode assumir a forma de um nódulo ou mancha cutânea na mama, ou um nódulo na axila. 
Se notar alguma destas alterações ou tiver outras preocupações com os implantes mamários, deve procurar o seu médico.
A maioria dos casos de BIA-ALCL é curada pela remoção do implante e da sua cápsula (tecido fibroso formado ao redor do implante).

Qual é o risco de poder vir a ter BIA-ALCL?
O BIA-ALCL só pode aparecer nas pessoas que têm ou tiveram implantes mamários. 
Com base nos dados atualmente disponíveis, não é possível fornecer uma estimativa precisa do risco. A opinião atual dos especialistas coloca o risco de BIA-ALCL entre 1 em 100 000 e 1 em 1 000, ou seja, por cada 1000 ou 100 000 portadores de implantes mamários um será diagnosticado com BIA-ALCL. 
A maioria, cerca 95% dos casos de BIA-ALCL ocorre entre 3 e 14 anos após o implante (mediana: 8 anos; intervalo: 1-37 anos).

O implante mamário deve ser removido por precaução?
Não há qualquer recomendação para a remoção dos implantes mamários em portadores sem problemas com o implante, mesmo que a marca já tenha sido retirada do mercado. 
Como em qualquer tipo de implante uma cirurgia de revisão tem riscos associados pelo que estes têm de ser ponderados face ao problema que se pretende evitar.
No caso do BIA-ALCL, este é um tipo de cancro raro e que se diagnosticado atempadamente tem um excelente prognóstico. Se estiver preocupado (a) deve consultar o seu médico.
Os implantes mamários não são dispositivos vitalícios. Geralmente, os implantes são substituídos por motivos clínicos, exemplos: rutura, contratura capsular (implantes duros ou dolorosos) ou movimento do implante.

Como é diagnosticado o BIA-ALCL?
Se desenvolver edema ou inchaço de uma mama com implante mamário, após um 1 ano ou mais após a cirurgia, pode ser indicativo de BIA-ALCL, pelo que o seu médico irá pedir que realize uma ecografia mamária para verificar se existe líquido à volta da prótese. 
Se tiver indicação clínica, o fluído será removido e enviado ao laboratório para análise. 
A maioria dos edemas ou inchaços não são devidos ao BIA-ALCL, mas só o teste de laboratório será capaz de o confirmar com certeza. 
A mamografia não é útil para diagnosticar BIA-ALCL.
Outros exames, como ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TAC), só serão realizadas se a análise laboratorial do fluído confirmar um diagnóstico de BIA-ALCL.

As pessoas com implantes mamários devem fazer rastreio de BIA-ALCL?
Não existe uma monitorização regular específica destinada ao rastreio de BIA-ALCL, pelo que, deverá efetuar o rastreio habitual para a sua idade.
De uma forma geral, além do acompanhamento que foi recomendado pelo seu médico, deve como habitualmente estar atento a qualquer sintoma ou sinal, e no caso de notar um aumento ou inchaço de uma ou de ambas as mamas ou um nódulo, deve procurar aconselhamento médico o mais rápido possível.

Algumas pessoas têm maior risco de BIA-ALCL do que outras?
O BIA-ALCL pode desenvolver-se independentemente de o implante ser colocado por razões estéticas ou para reconstrução mamária, o que sugere que, um historial prévio de cancro da mama não constitui um fator de predisposição para o BIA-ALCL.
Em relação ao tipo de implante, com base nos dados atualmente disponíveis, verifica-se que:
• Não foram relatados casos em pessoas que usaram unicamente implantes lisos.
• Todos os casos ocorreram em pessoas que tiveram implantes texturados ou de poliuretano.
• Não existe evidência científica robusta que compare os riscos dos implantes lisos, texturados e de poliuretano.
• Não se sabe se diferentes marcas de implantes lisos, texturados e de poliuretano apresentam riscos diferentes.

Qual é o prognóstico e o tratamento do BIA-ALCL?
A maioria dos casos é facilmente curada pela remoção do implante e da cápsula ao redor do implante. 
Nos casos de implantes mamários bilaterais, o cirurgião poderá remover os dois implantes, mesmo que o BIA-ALCL tenha ocorrido apenas em uma mama, porque existe um risco pequeno, mas real, de que o BIA-ALCL possa desenvolver-se na outra mama. 
Por vezes há um nódulo sólido (não apenas fluido). Nesses casos, quimioterapia ou radioterapia podem ser necessárias.
O tratamento do BIA-ALCL é multidisciplinar, sendo necessário consultar um cirurgião e um hematologista para definição do tratamento e acompanhamento da doença. 

Porque não foram completamente proibidos os implantes mamários de uma forma geral?
Os implantes mamários apresentam benefícios que se consideram à data superiores aos riscos. 
Os implantes mamários desempenham um papel importante na cirurgia estética e reconstrutiva. 
Existem vários tipos de implantes mamários quanto à sua superfície, que podem ser lisos, texturados e de poliuretano, não havendo no contexto atual uma evidência científica clara da associação do BIA-ALCL a qualquer tipo de implante.

Porque foram proibidos alguns implantes mamários em França e na Austrália?
A Autoridade Competente Francesa e, posteriormente, a Australiana decidiram unilateralmente banir dos seus mercados alguns implantes mamários texturados e de poliuretano, com base em incidentes de BIA-ALCL registados nos seus países. 
As restantes Autoridades Competentes Europeias solicitaram à Comissão Europeia um parecer à cerca deste assunto que se prevê que seja publicado para consulta pública no segundo semestre de 2020.
À medida que seja disponibilizada nova informação serão adotadas, se necessário, as medidas adequadas. 


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