Resultados do primeiro ano do projeto-piloto do folheto informativo eletrónico apresentados em Lisboa
09 jul 2025
O Infarmed apresentou os resultados do primeiro ano de implementação do projeto-piloto do Folheto Informativo eletrónico (eFI), uma iniciativa que visa avaliar o impacto da supressão do folheto informativo em papel para medicamentos de uso humano em ambiente hospitalar.
A apresentação do ponto de situação decorreu no passado dia 26 de junho, na reunião anual do Colégio de Especialidade de Assuntos Regulamentares da Ordem dos Farmacêuticos (CCEAR-OF), tendo estado a cargo de Rui Vilar, em representação da Direção de Avaliação de Medicamentos (DAM) do Infarmed.
Dinamizado pelo Infarmed em colaboração com a Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares (APFH), a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA) e a Associação Portuguesa de Medicamentos pela Equidade em Saúde (Equalmed), este projeto-piloto foi autorizado pela Comissão Europeia, que reconheceu o seu valor enquanto uma iniciativa útil e inovadora.
A avaliação do projeto é realizada anualmente com base em questionários dirigidos a profissionais de saúde – farmacêuticos, médicos e enfermeiros – e titulares de Autorizações de Introdução no Mercado (AIM).
Com base nos dados recolhidos no primeiro ano, verificou-se que a ausência do folheto informativo em papel não teve impacto negativo na prática clínica dos profissionais de saúde. A maioria dos inquiridos considerou que o acesso ao eFI em ambiente hospitalar é fácil e funcional, embora tenham sido identificadas dificuldades por parte dos doentes no acesso à informação digital. A utilização do folheto informativo como fonte de informação sobre medicamentos pelos profissionais de saúde revelou-se pouco frequente, sendo igualmente pouco comum o pedido de FI em papel por parte dos doentes. Ainda assim, cerca de 80% dos profissionais de saúde concordam com a retirada do folheto em papel de todas as embalagens de medicamentos hospitalares, desde que a informação continue a ser fornecida aos doentes quando solicitada. Também os titulares de AIM manifestaram uma perceção muito positiva da iniciativa, referindo não terem enfrentado dificuldades no cumprimento dos requisitos de libertação de lotes.